Como resgatei minha Jornada da Heroína

“A maneira como contamos nossa história de vida é a maneira como começamos a viver nossa vida” Maureen Murdock

A experiencia ou a maturidade nos ensina muito, e isto tem me despertado um interesse grande em entender os ciclos ou etapas da vida, e me fez perceber que quando identificamos as etapas, lidamos melhor com os sentimentos.

Desde que resolvi entrar no mundo da escrita, ouvia falar sobre a Jornada do Herói de Joseph Campbell, que é narrada em diversas fabulas e contos de fadas. Mas nunca consegui me identificar com a estrutura apresentada. Achava que somente deveria ser aplicada em livros de ficção, onde existem cenas e personagens bem definidas e uma historia com altos e baixos.

Mais recentemente tomei conhecimento da existência da Jornada da Heroína, e resolvi pesquisar melhor como ela se desenrola, e não demorou muito para perceber que parecia se encaixar no meu contexto.

Maureen Murdock, psiquiatra e aluna de Joseph Campbell, relata de forma assertiva, que vivemos numa sociedade onde se valoriza muito o lado masculino, e deixa de lado o modo sensível e criativo das mulheres, provocando um afastamento do nosso lado feminino, para irmos atras de uma carreira de sucesso.

Com base neste conceito, Murdock questionou Campbell sobre o fato da Jornada do Herói não estar adaptada para o mundo feminino, com a seguinte alegação:

“Ao notar os danos físicos e emocionais aos quais essas mulheres incorriam nessa missão heroica, eu concluí que a razão para elas estarem passando por tanto sofrimento é que elas escolheram seguir um modelo que nega quem elas realmente são.” (MURDOCK,1990)

E a resposta de Campbell foi a seguinte:

“Em toda tradição mitológica, a mulher está lá. Tudo que ela precisa fazer é perceber que ela é o lugar onde as pessoas estão tentando chegar. Quando uma mulher percebe o quão boa ela é, ela não vai ficar confusa com a noção de que ela é um psedo-homem” (CAMPBELL, 1981)

Diante desta alegação e relatos que presenciava em seu consultório, Maureen Murdock resolveu criar a Jornada da Heroína, de forma que refletisse a busca mística da mulher contemporânea para preservar os valores femininos, e se realizar pessoal e profissionalmente, numa sociedade construída por homens e para os homens.

Fundamentada na psicologia Junguiana e na jornada do herói de Joseph Campbell, Maureen oferece um percurso cultural e espiritual, necessário e ansioso pela individualidade feminina.

“As mulheres certamente possuem uma jornada neste momento em nossa cultura. É a jornada de abraçar completamente sua natureza feminina, aprendendo a como valorizar a si próprias como mulheres e a curar a profunda ferida do feminino. É uma jornada interior muito importante na direção de nos tornarmos um ser humano inteiramente integrado, equilibrado e completo. Como na maioria das jornadas, o percurso da heroína não é fácil; ele não possui indicações bem definidas nem guias turísticos reconhecíveis. Não há mapa, carta náutica, idade cronológica de quando a jornada se inicia. Ela não segue linhas retas. É uma jornada que raramente recebe validação do mundo exterior; na verdade, o mundo externo interfere e sabota essa jornada.” 

Assim que entendi a Jornada da Heroína e suas etapas, me reconheci em quase todas as fases, e resolvi me desafiar criando a minha Jornada da Heroína.

O próximo artigo relato como vejo minha “Jornada da Heroína”.

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