
Participei recentemente do evento sobre o “Cérebro 60+” e fiquei fascinado com as descobertas sobre o potencial incrível do nosso cérebro após os 60 anos.
O Dr. Fernando Gomes, neurocientista, neurocirurgião e professor livre docente da USP, nos presenteou com insights valiosos sobre como cuidar do corpo e do cérebro para alcançarmos uma longevidade ativa e plena.
O Relatório mundial de envelhecimento e saúde define o envelhecimento saudável como processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar em idade avançada.
É importante entender que idade avançada não implica dependência. Ambientes como o lar, a vizinhança e a comunidade, podem afetar diretamente a nossa saúde ou impor barreiras ou incentivos que influenciam as nossas oportunidades, decisões e comportamentos.
A mudança tecnológica está acompanhando o envelhecimento da população e cria oportunidades nunca disponíveis. Devemos nos conscientizar que o custo com populações mais velhas é um investimento, não um gasto.
Segundo o IBGE a população de idosos no Brasil estava em 15% em2021 e nos próximos anos irá chegar a 40%. Temos uma evolução rápida em relação a outros países. A França demorou 145 anos (1850 a 1995) para dobrar sua população de idosos de 10% para 20%. A estimativa é que no Brasil isto ocorrerá em apenas 19 anos (2011 a 2030). Fonte: Mauro Wainstock
O que muda na mente conforme o tempo passa?
Conforme argumentam autores a “inteligência fluida” diminui com os anos, que se resume na memória recente, esquecer tarefas do dia a dia e velocidade de pensamento, mas a “inteligência cristalizada” que engloba memorias antigas, conhecimento geral, o vocabulário e o conceito de linguagem, pode até crescer e desenvolver-se mais com os anos.
Um estudo japonês publicado na revista “Neurology”, sugeriu que o isolamento social leve a uma redução do tamanho do cérebro, sabe-se que a depressão – muito associada a solidão – é um fator preditor de demência, pois, na falta de conexão social, o cérebro deixa de receber estímulos.
O documentário “Como viver até os 100 anos – Os segredos das Zonas Azuis” do escritor Dan Buettner, relata suas experiencias em viagens pelo mundo, que o ajudaram a descobriu 5 comunidades únicas onde as pessoas têm vidas muito longas e felizes. São elas: Loma Linda, California (EUA), Nicoya, Costa Rica, Sardenha, Itália, Ikaria, Grécia e Okinawa, Japão.

O que é um “Superidoso”?
O que tem de diferente no cérebro destas pessoas: Pesquisas recentes revelam novos dados sobre os mecanismos moleculares e celulares que podem estar envolvidos no inevitável e irreversível processo de envelhecimento.
Quando o cérebro passa dos 60 ganha maior flexibilidade. A explicação científica vem de uma substância chamada mielina, cuja quantidade aumenta com o tempo, facilita a passagem rápida de sinais entre os neurônios e aumenta em 300% as habilidades intelectuais. E o hemisfério direito e esquerdo que comandam a nossa lógica e criatividade, começam a trabalhar juntos, de um jeito mais harmonioso, facilitando soluções de problemas e abrindo as portas para novos talentos.
O fenômeno que nos permite modificar nosso destino genético é a epigenética: Para se tornar um “Superidosos” é preciso adotar comportamentos como fatores que fazem pender a balança para um envelhecimento saudável e patológico.
Os hábitos que compartilham são semelhantes como uma alimentação equilibrada, são fisicamente ativos, tendem a ser positivos, atividade cognitiva, desafiam o cérebro e aprendem algo novo todos os dias, e continuam trabalhando.
Então, como podemos aprender a viver mais e melhor?
Com base nas informações que o cérebro produz mais proteína que o musculo, e a solidão estimula a demência, devemos:
- Adotar a leitura porque ela te leva para um lugar muito especial.
- Ser legal e estar com pessoas legais
- Dar significado e propósito a vida
- Diminuir ou eliminar doce e fritura na alimentação porque inflama o corpo
- Fazer exercícios de concentração e memoria
Importante destacar que os campeões de longevidade não são exímios atletas, mas estão em constante movimento.
Em resumo, devemos adotar o Método ASAS

Não esquecer que saúde pode ser poupança ou dívida, por este motivo mudar hábitos que estão associados ao ganho da longevidade, e que podem nos dar 20 anos a mais de vida. São eles:
- Não fumar
- Praticar exercícios físicos
- Contar com boas relações pessoais
- Não ter episódios frequentes de abusos de álcool
- Ter boas noites de sono
- Manter uma dieta saudável
- Controlar o estresse
- Não ter vicio em medicamentos opioides
Dando prioridade a estes 5 pontos:
